28.3.08

sherrybaby (laurie collyer)



(maggie gyllenhaal em sherrybaby)

eu gosto muito de maggie gyllenhaal como actriz, as suas escolhas têm sido, até agora, espectaculares e penso que será uma das grandes actrizes do futuro. ou será já uma das grandes actrizes do futuro. um dos primeiros filmes que vi dela foi adaptation, de spike jonze (o mesmo de being john malkovich), mas o papel foi pequeno. de seguida, vieram happy endings (sedutora e irresistível), stranger than fiction (um papel luminoso) e este sherrybaby. confesso que, como filme, talvez preferisse adaptation ou stranger than fiction (a ousadia de ambos é inquestionável), mas a interpretação dela em sherrybaby é brilhante.

neste filme, maggie interpreta o papel de uma ex-toxicodependente que sai da prisão e tenta recuperar a filha, que está a viver em casa do irmão e da cunhada. a aproximação é difícil, não se podem apagar anos de afastamento, mesmo que esse afastamento não tenha implicado ausência de amor ou falta de desejo de estar com. as coisas são como são, as pessoas fazem erros, tentam remediar, mas pode ser tarde de mais. a personagem interpretada por maggie tem o mundo todo com quem lutar e ainda tem de lutar consigo mesma. em que medida um ex-toxicodependente está apto a recuperar a vida se ainda não se libertou dos seus fantasmas.

a mesa de luz fala muita vez do seu cinema e dos seus filmes. este filme pertence ao meu cinema e, talvez, ao dela.

jorge vicente



(excerto de sherrybaby)

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