24.9.08

Lançamento do nosso livro em lisboa, 27 Setembro (Jorge Vicente e José Gil)‏



Meus queridos amigos,

como bem sabem, lancei o meu primeiro livro Ascensão do Fogo no dia 26 de Abril, em Vila Nova de Gaia. Agora, alguns meses depois, este será apresentado em Lisboa, na Livraria Trama, sita na Rua São Filipe Nery, nº 25B, bem junto ao Rato. A data de apresentação do livro será no próximo sábado, dia 27 de Setembro, pelas 21.30.

Conjuntamente comigo, será apresentado também o livro de poesia do actor, encenador e poeta José Gil, já um velho companheiro das escritas. O livro chama-se Fractura Possível.

Em princípio, o meu livro será apresentado pelo jovem poeta Rui Sousa, um dos principais contribuidores da fanzine Actéon, da qual também faço parte. A apresentação do livro do Gil estará a cargo do poeta José Félix.

O momento musical estará a cargo de Fernando Dinis, jovem compositor e, também, poeta. Foi editado em 2003 pela Hugin Editores (Dá-me-te) e já publicou em várias antologias de poesia. Tem um blog (http://www.ficoatetardenomundo.blogspot.com/) e um site no myspace (http://profile.myspace.com/index.cfm?fuseaction=user.viewprofile&friendID=123494151).

Serão declamadas poesias dos livros pelos autores, por outros poetas e por quem se ousar a desbravar as palavras através do som.

O meu muito obrigado
Jorge Vicente

philip pullman



(escultura de auguste rodin, "la mort", circa 1898)


"And because the Texan aëronaut was one of the very few humans Iorek had ever esteemed, he accepted the man's last gift to him. With deft movements of his claws. he ripped aside the dead man's clothes, opened the body with one slash, and began to feast on the flesh and blood of his old friend. It was his first meal for days, and he was hungry" (1)

philip pullman


(1) PULLMAN, Philip - The Amber Spyglass. London: Scholastic Press, 2001. ISBN 0-439-99414-4. pg. 44.



children's tales...

23.9.08

vitorino de sousa, manual da leveza



de todos os livros que li (ou folheei) de vitorino de sousa, o manual da leveza foi, certamente, o mais interessante porque escrito antes da fase kryon. não quero, de modo nenhum, desacreditar o autor nem refutar qualquer dos seus livros, mas este livro entrou-me mais, senti-o mais, achei-o muito mais com os pés na terra. talvez seja, eu sei, a influência que a linguagem do corpo-espelho teve em mim, talvez seja o facto de que muitos dos meus amigos falam sobre estes assuntos dos chakras, sobre os aspectos psicológicos da doença, sobre as energias. talvez seja o facto de não sentir o autor tão interessado em criar novos deuses, um dos pecados capitais da chamada "nova era". se estamos constantemente a querer abandonar a velha ordem, na qual o catolicismo puro e duro era a única realidade, porquê substituir deus por outros deuses?

seja como for, ainda não li lee carroll. ainda posso mudar de ideias. mas não me posso obrigar em acreditar em novos deuses. prefiro os antigos. gabriel. rafael. o meu querido damiel que dizia "quando a criança era uma criança".

jorge vicente



(wings of desire, parte 1)

Brilhante Weblog: Prémio 2008

Amigos, recebi hoje um prémio do meu amigo José Rasquinho, cujo blog Voz aos Poetas tem dado um contributo fantástico para a poesia.

Conforme é da tradição, deveria enviar esse prémio para mais 5 blogs. Mas penso: porque é que temos de reenviar o prémio para mais 5 blogs? Porque não 1 apenas? Porque não 6 ou 7 ou uma infinidade deles?

Mas vou mandar para os 5 da praxe. Ou melhor, 6:

1 - Tatsuki (o blog da minha sobrinha no Sol);
2 - A Mesa de Luz (o excelente blog cultural da minha irmã);
3 - A Teia de Aranha (o blog de um excelente poeta português, José Félix);
4 - Nova Águia (eles não vão mandar o prémio para ninguém, penso, mas merecem todos os prémios);
5 - Piano e a
6 - Bandida.

Jorge Vicente

22.9.08

samuel taylor coleridge



(quadro de otilon redon, "la tentation de st. antoine, troisième série", 1896)


"The Knight's bones are dust,
and his good sword rust;
his soul is with the saints, I trust." (1)

samuel taylor coleridge





(1) COLERIDGE, Samuel Taylor apud PULLMAN, Philip - The Amber Spyglass. London: Scholastic Press, 2001. ISBN 0-439-99414-4. pg. 39.

16.9.08

The Book of Job



(quadro de jose climent orozco, "fusiliento", s/d)


"Then a spirit passed before my face; the hair of my flesh stood up" (1)

in the book of job






(1)PULLMAN, Philip - The Amber Spyglass. London: Scholastic Press, 2001. ISBN 0-439-99414-4. pg. 11.

10.9.08

Philip Pullman



(quadro de armando morales, "selva", 1986)

"The woods were full of sound: the stream between the rocks, the wind among the needles of the pine branches, the chitter of insects and the cries of small arboreal mammals, as well as the bird-song; and from time to time a stronger gust of wind would make one of the branches of a cedar or a fir move against another and groan like a cello" (1)

philip pullman



(1)PULLMAN, Philip - The Amber Spyglass. London: Scholastic Press, 2001. ISBN 0-439-99414-4. pg. 1.

8.9.08

Os Quatro Elementos



(fotografia de henry moore, "cavern", 1973)


3.

"Whatever is said, the same monotonous noise replies, and quivers up and down the walls until it is absorbed into the roof. "Boum" is the sound as far as the human alphabet can express it, or "bou-oum," or "ou-boum," utterly dull. Hope, politeness, the blowing of a nose, the squeak of a boot, all produce "boum." (2)

havia apenas uma gruta
e o temeroso som

um eco que entrava e entrava
e se fundia à pele
como se todos os seres,
homem e mulher,
fossem parte da pedra
e a queimassem
e a devorassem
com os dedos,
com o sexo,
com a luminosidade escura
e frágil do verbo
que preside ao chão.

a mãe segura no filho e apenas
diz:

boum.

jorge vicente



(2) FORSTER, E. M. - "Excerto de Passagem para a Índia" [Em Linha] [Consult. 08 Set. 2008]. Disponível em: http://www.ralphmag.org/EB/passage-india.html.

4.9.08

Lançamento do livro Apoplexia da Ideia, por Maria Quintans (a Bandida)




Amigos, recebi um mail da minha amiga Bandida a informar-me do lançamento da sua obra Apoplexia da Ideia sob a chancela da Papiro Editores. O livro vai ser lançado na FNAC do Chiado, pelas 19.00, no dia 26 de Setembro. O ilustrador do livro é João Concha. Conto ir. Venham vocês também que o dia será de festa!!!! E muita poesia!!!

Um abraço a todos
Jorge Vicente

2.9.08

"descripcion de un sueño" (eliades ocha / compay segundo)



(pintura de henry moore, "reclining figure 7", 1977)


"Te vi sencilla cual mujer alguna
y contemplando tu sin par belleza
no se a que hora arrebate la pluma
y describi tu construccion perfecta.

Tienes en tu pecho dos erectos senos
en tus finos labios petalos rojizos
en tus grandes ojos un mirar sereno
y todo tu cuerpo de color cobrizo.

Tienes el cabello como el terciopelo
tu cuerpo parece que ha sido tallado
por un escultor que ha tornado modelo
de lo mas perfecto que dios ha creado" (1)

compay segundo y eliades ochoa



(1) retirado do cd hecho en cuba. 2 (2003)

um pequeno gesto



(a pequenina piedade)


esta fotografia foi tirada no infantário de chaquelane, moçambique, em 9 de agosto deste ano (presumo). o infantário de chaquelane é apenas um dos infantários abrangidos pelo projecto um pequeno gesto, uma grande ajuda, iniciado quando a minha prima sara vicente foi a moçambique em voluntariado, em fevereiro de 2004. segundo as palavras de sara vicente,

"Em Fevereiro de 2004, atirei-me naquela que foi a mais importante viagem da minha vida, rumo a
Moçambique, para ser voluntária durante quatro meses na Escolinha do André, em Xai-Xai.

Muitos foram os que pensaram que não voltava, muitos foram os que pensaram que voltasse diferente, ainda mais os que acharam que era completamente doida em ir. À sua maneira, cada um teve razão. Um pedaço de mim nunca voltou e ficará para sempre ligado a Moçambique, aos meus meninos, às manas e às irmãs. O pedaço de mim que voltou, sem dúvida voltou diferente, não resistindo aos efeitos do que me tinham alertado "olha que África é diferente, é outro continente...". E muito de mim, foi doido tanto de ir como de voltar. Porque desde Moçambique, nada mais foi o mesmo...

Pouco antes do regresso, fui um dia de passeio a zona de Conhane, "para não estar sempre enfiada em Xai-Xai e conhecer mais Moçambique" dizia a Irmã Isabel. Como na vida há poucos acasos, foi nesse dia que passei pela primeira vez no Orfanato de Conhane. Na minha surpresa perguntei, "mas do que vivem estas crianças?". "Da sorte" e da "ajuda aqui e ali", e com "muita fé em Deus". Estas foram as palavras que chegaram para perceber que tão pouco poderia fazer ali tanta diferença. E nesse dia eu tive uma certeza, uma certeza de querer mudar o que vi." (retirado do site um pequeno gesto).

e o que foi feito? muita coisa, muita mesmo. no início, a organização planeava apadrinhar cerca de 33 crianças. agora, já são cerca de 400. e muitas mais vêm a caminho, desde que o projecto foi apresentado na televisão, no programa praça da alegria.

com o apadrinhamento, começa a existir uma ligação entre uma criança moçambicana e um padrinho/madrinha português ou estrangeiro. o padrinho compromete-se a pagar apenas 130 euros por ano e, através desse dinheiro, possibilita que a criança tenha educação e duas refeições por dia.

o mail da organização é o seguinte: geral@umpequenogesto.org.
nib e contactos:

NIB Conta Donativo: 00 33 0000 453 400 42447 05
NIF: 508 178 754
Escritório: Av. das Acácias, 52 - 2ºB - Jardins da Parede - 2775-342 Parede
Telefone: +351 91 887 80 20

1.9.08

"chimes of freedom" (bob dylan)



(pintura de pablo picasso, "la celestine", 1968)


"Far between sundown's finish an' midnight's broken toll
We ducked inside the doorway, thunder crashing
As majestic bells of bolts struck shadows in the sounds
Seeming to be the chimes of freedom flashing
Flashing for the warriors whose strength is not to fight
Flashing for the refugees on the unarmed road of flight
An' for each an' ev'ry underdog soldier in the night
An' we gazed upon the chimes of freedom flashing.

In the city's melted furnace, unexpectedly we watched
With faces hidden while the walls were tightening
As the echo of the wedding bells before the blowin' rain
Dissolved into the bells of the lightning
Tolling for the rebel, tolling for the rake
Tolling for the luckless, the abandoned an' forsaked
Tolling for the outcast, burnin' constantly at stake
An' we gazed upon the chimes of freedom flashing.

Through the mad mystic hammering of the wild ripping hail
The sky cracked its poems in naked wonder
That the clinging of the church bells blew far into the breeze
Leaving only bells of lightning and its thunder
Striking for the gentle, striking for the kind
Striking for the guardians and protectors of the mind
An' the unpawned painter behind beyond his rightful time
An' we gazed upon the chimes of freedom flashing.

Through the wild cathedral evening the rain unraveled tales
For the disrobed faceless forms of no position
Tolling for the tongues with no place to bring their thoughts
All down in taken-for-granted situations
Tolling for the deaf an' blind, tolling for the mute
Tolling for the mistreated, mateless mother, the mistitled prostitute
For the misdemeanor outlaw, chased an' cheated by pursuit
An' we gazed upon the chimes of freedom flashing.

Even though a cloud's white curtain in a far-off corner flashed
An' the hypnotic splattered mist was slowly lifting
Electric light still struck like arrows, fired but for the ones
Condemned to drift or else be kept from drifting
Tolling for the searching ones, on their speechless, seeking trail
For the lonesome-hearted lovers with too personal a tale
An' for each unharmful, gentle soul misplaced inside a jail
An' we gazed upon the chimes of freedom flashing.

Starry-eyed an' laughing as I recall when we were caught
Trapped by no track of hours for they hanged suspended
As we listened one last time an' we watched with one last look
Spellbound an' swallowed 'til the tolling ended
Tolling for the aching ones whose wounds cannot be nursed
For the countless confused, accused, misused, strung-out ones an' worse
An' for every hung-up person in the whole wide universe
An' we gazed upon the chimes of freedom flashing." (1)

bob dylan



(1) retirado do cd de bob dylan, another side of bob dylan (1964)