24.9.12

A vivência



(pintura de henri matisse, "la danse" (1910)


"Que é a vivência? A vivência É. A vivência tem sentido, a vivência não separa minha alma da alma cósmica, como fazia o paradigma cosmocêntrico; a vivência não afasta meu corpo do meu espírito como fazia o paradigma teocêntrico; a vivência não hierarquiza a criação, não me torna dicotómico, como o faz o paradigma antropocêntrico. A vivência me funde com a Vida, me faz biocêntrico.(...)

Antes da vivência a Biodança é epistemologia (é sistema), é metodologia (tem uma teoria do método), é o «para si» (conhecimento de algo que está fora), a representação (símbolo). Ao entrar na vivência a Biodança desaparece, paradoxalmente abre a porta por onde ela mesma vai a desaparecer, para dar lugar à vivência. E a vivência é Ser. Afirmar o SER é ser ontológico, porém ontologia da vivência: simplesmente afirmando que o SER, que é auto-evidente, tem sentido em si mesmo, o ser estrutura estruturante: Bios". (1)

Custódio L. S. Almeida


(1) ALMEIDA, Custódio L. S. apud GÓIS, Cezar Wagner de Lima - Biodança: identidade e vivência. Fortaleza: Edições Instituto Paulo Freire do Ceará, 2002. p. 70.

10.9.12

Baraka e a transcendência da condição humana




(imagem do filme Baraka, de Ron Fricke)


Depois de alguns dias de completo repouso nos ares solarengos do Algarve, onde pude descansar, ler, estudar, escrever mais um pouco a minha dissertação de mestrado (que, nas últimas semanas, me tem furtado a outros estudos), sabe bem voltar a casa e poder partilhar com vocês este maravilhoso filme de Ron Fricke, datado de 1992. O filme tem o nome de Baraka e foi-me recomendado por uma amiga minha da Biodanza. Em boa hora o vi. É realmente maravilhoso e, embora não seja um filme directamente relacionado com a problemática do meio ambiente em sentido estrito, está-lhe relacionada num sentido espiritual e profundamente transcendente. Este filme trata da condição humana, das múltiplas particularidades que a condição humana se revela em todos os pólos do nosso universo. A paisagem branca e clara do Alasca, os terrenos inexplorados, aqueles locais ainda não visitados pelo humano; mas também as múltiplas manifestações da fé, as múltiplas manifestações da cultura humana: as religiões, a dança, o olhar de quem vive de modo natural e de quem se alimenta do que a terra dá; as múltiplas manifestações do humano como destruidor do mundo natural, seja através das cidades, das fábricas, do desrespeito pela vida de todos nós e pela vida dos nossos companheiros animais-plantas-seres vivos; as manifestações do mal seja através da poluição, da tortura, da guerra.

Tudo isso é parte do filme. Tudo isso é parte de quem nós somos. E o convite do filme é: em que mundo desejamos habitar? Que sorriso devemos levar ao mundo? Que pedaço desse mundo será sempre nosso? O que fazer para salvar a nossa humanidade e para levarmos a nossa humanidade no sentido da transcendência. Podemos fazer tanto e podemos ser tão grandes nessa nossa caminhada humana em direcção à Vida!

Abracem este filme aqui em baixo:






Um abraço para todos
Jorge Vicente

Como todos sabem, este post está inserido na iniciativa Teia Ambiental, idealizadas por Flora Maria e Gilberto da Cunha Gonçalves. O blog da Flora: http://floradaserra.blogspot.com/

1.9.12

"strange days" (the doors)











(quadro de alexander calder, "blanc et noir", 1972)





"Strange days have found us

Strange days have tracked us down

They're going to destroy

Our casual joys

We shall go on playing

Or find a new town



 Strange eyes fill strange rooms

Voices will signal their tired end

The hostess is grinning

Her guests sleep from sinning

Hear me talk of sin

And you know this is it



Strange days have found us

And through their strange hours

We linger alone

Bodies confused

Memories misused

As we run from the day

To a strange night of stone" (1)



The Doors







(1) retirado do LP dos Doors, Weird Scenes Inside the Gold Mine (1972)